quinta-feira, 8 de abril de 2010

O meu olhar

O meu olhar é nítido como um girassol

Tenho o costume de andar pelas estradas

Olhando para a direita e para a esquerda,

E de vez em quando olhando para trás...

E o que vejo a cada momento
.
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,

E eu sei dar por isso muito bem...

Sei ter o pasmo essencial

Que tem uma criança se, ao nascer,

Reparasse que nascera deveras...

Sinto-me nascido a cada momento

Para a eterna novidade do Mundo.

Creio no mundo como num malmequer,

Porque o vejo. Mas não penso nele

Porque pensar é não compreender...

O Mundo não se fez para pensarmos nele

(Pensar é estar doente dos olhos)

Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia, tenho sentidos...

Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,

Mas porque a amo, e amo-a por isso

Porque quem ama nunca sabe o que ama

Nem sabe por que ama, nem o que é amar...

Amar é a eterna inocência,

E a única inocência não pensar...

Um comentário:

  1. Se Deus te deu, com certeza,
    Tanta luz, tanta pureza,
    P'rò meu destino ser teu,
    Deu-me tudo quanto eu queria
    E nem tanto eu merecia...
    Que feliz destino o meu!

    Às vezes até suponho
    Que vejo através dum sonho
    Um mundo onde não vivi.
    Porque não vivi outrora
    A vida que vivo agora
    Desde a hora em que te vi.

    Sofria enquanto não te via
    Ao meu lado na igreja,
    Envolta num lindo véu.
    Por que te pertenço,
    Oh! Deus, quando penso,
    Julgo até que estou no céu.

    É no teu olhar tão puro
    Que vou lendo o meu futuro,
    Pois o passado esqueci;
    E fico recompensado
    Da perda desse passado
    Quando estou ao pé de ti.

    ResponderExcluir